Ontem depois do trabalho fui encontrar uma amiga em Tai Kang Lu e acabei conhecendo um arquiteta brasileira. Depois conheci outra arquiteta, de Cingapura. Ela chegou com um convite pra festa de abertura do 100% Design Shanghai. Por que nao? Sou um designer e ontem era uma quinta-feira.
A paulista estava cansada e de ressaca da noite anterior e resolveu nao ir, tambem disse que esses eventos voce tem que estar super arrumado. Pois eu fui de tennis, jeans, camiseta e uma bolsa de monge. Realmente 80% das pessoas estavam chiquererrimas entretanto conheci TODO o 20% que estava de tennis e barba por fazer como eu.
Geralmente eu acho que as pessoas que trabalham com arquitetura sao entendiantes, principalmente em Xangai onde fazem muito dinheiro e se sentem glamurosos. Mas foi super legal conhecer esses jovens arquitetos que eram simplesmente jovens arquitetos. Tambem acho que tinham designers de interiores e designers de produto.
Isso me leveu a refletir sobre as pessoas com quem eu tenho andado. Os professores de ingles na China, geralmente sao viajantes que na grande maioria das vezes nao sao realmente professores e nao tem nenhuma formacao na area, apenas sao nativos de paises de lingua inglesa ou ate mesmo nao, apenas falam bem e parecem branquinhos ocidentais. Eles se estabelecem nas grandes cidades chinesas que serve como base pra explorar toda a Asia, o que levou a me identificar bastante com varios deles. Porem, tem uns outros que ficam se achando com o dinheiro que tao fazendo e caem naquela mesma historia do glamour. Quando voce muda muito rapido de salario-minimo em longas jornadas num café ou bar, para salario bem acima da media numa cidade super barata pode acontecer isso. Semana passada mesmo presenciei uma longa discussao deles reclamando de suas faxineiras (que chamam de empregada, talvez nao sabem a diferenca) e de como elas nao “conseguem” entender ingles ou que nao limpam direito.
Gracas a Deus, consegui aprender um minimo de chines e mimicas para poder me comunicar. Tem gente que ta aqui a 2 anos e chega em qualquer bodeguinha gritando ingles como se eles fossem entender mais facil de acordo com o volume da voz.. Ou entao tem que imprimir os enderecos dos lugares onde querem ir pra poder mostrar aos taxistas. Xangai nao eh uma das minhas cidades favoritas e uma das piores coisas sao os estrangeiros ignorantes.
2008年6月26日星期四
2008年6月23日星期一
Putuoshan denovo
A viagem a China ja esta chegando ao fim como eu nao planejava. Queria ter viajado ao sul, pra passar pelas mega-cidades de Guanzhou, Shenzhen, Hong Kong e Macau, queria ver uma china mais tropical. Mas surpreendetemente o estagio nao quis me liberar nem duas semaninhas antes. Gracas a deus, apareceram varias viagens pequenas nesse ultimo mes e final de semana passado voltei a Ilha de Putuoshan que foi minha primeira viagem. Eu evito repetir os lugares das viagens pra poder ver mais coisas, mas essa ilha foi muito especial e queria voltar. Inclusive porque agora eh verao e Xangai esta absurdamente quente, parece uma sauna, tanto por causa da temperatura do vento como pela visibilidade reduzida pela poluicao. Um inferninho.
Chamei uns amigos e fomos em 5. A viagem consistia praticamente de pegar um barco na sexta apos o trabalho e chegar de barco na segunda de manha antes do trabalho. O primeiro imprevisto foi porque pensavamos que o barco era as 20hs e quando fomos embarcar falaram que ja tinha saido porque na verdade era as 19:20. Acabou que tambem existia um barco as 20hs e pudemos trocar os bilhetes. Ja na lanchonete do porto compramos varias cervejas. Por que nao? Uma viagem tao longa (12hs) e na ilha (budista) provavelmente nao iriamos beber.
Compramos a segunda pior classe e ficamos divididos em dois dormitorios, mas quando o barco partiu ocupamos um dormitorio soh entre a gente. As cervejas rapidamente acabaram e ficamos com vontade de explorar o barco, quem sabe achar um bar. Ele tinha uns 4 andares e no ultimo achamos um restaurante com 3 cervejas! O que pensando bem foi uma coisa boa, porque saimos embriagados perambulando pelo navio e agora penso como foi perigoso. Entramos na sala das maquinas, subimos no mastro e passamos por uma extremidade que nao tinha nenhum guarda-corpo, era soh voce e uns 15 metros de altura que separava do mar barrento. Resolvemos sentar com nossas perninhas pro lado de fora. Melhor do que fugir de Xangai e poder ver o horizonte eh nao poder ver porque esta muito escuro. Rapidamente cansamos e fomos dormir.
6:00 da manha uma moca comecou a anunciar que chegavamos. Putuoshan eh uma das quatro montanhas sagradas do budismo chines cheia de templos e monasterios o mais antigo data de 976!. Mas o que eu queria mesmo era tomar um banho de mar e um banho de sol. Rapidamente fizemos o check-in no hotel e estavamos preparados para sair e procurar comida. Como eu ja conhecia a ilha, servi de guia o tempo todo. Comecamos chinelando pelo centro da cidade onde tem uma grande templo, varios jardins, lagos, pontes e casinhas. O tempo nublado permitiu que andassemos bastante e passamos por toda a cidade em busca de um restaurante. Ja eram quase 11:00 e porque nao transformar o café-da-manha em almoco? Especialidade da ilha: frutos do mar. Escolhemos tres tipos de mariscos, beringela, vagem e o basico arroz frito chines. Peixes eram muito caros. Quando estavamos tentando decidir o que fazer primeiro o sol abriu de uma forma impressionante e quente! Corremos para a praia! Para minha surpresa a agua nao estava tao gelada. Ficamos bastante tempo e quando sugeri mudarmos de praia uma das gringas tava totalmente queimada e nao aguentava mais, sugeri que tirassemos um intervalo e fossemos a algum templo. Eh verao e o sol se poe umas 19:30 entao tinhamos tempo. E eu tambem ja estava queimado, acho que foi o Solisticio, exatamente sabado, 21 de junho.
Como eu ja conhecia o templo que fica na cidade sugeri que fomos a um outro, um pouco mais distante. Caminhamos uns 2 a 3 kilometros entre praias, montanhas, varias casinhas, edificios religiosos e hoteis de luxo que trazem os budistas mais ricos. Este outro templo (Fayu 1600s) tambem era muito bonito e estava cheio de chines acendendo incesos, oferecendo moeda aos budas. O calor, a humidade e fumaca dos incesos trazem algum sensacao que nao consigo descrever.
Quando deixamos o templo, me lembrei que existem restaurantes vegetarianos dentro dos templos que os proprios monges cozinham. Tentamos perguntar pra um senhora se esse templo tinha comida mas nosso reduzido chines nos deixou na mao dessa vez. Chegando no centro da cidade fomos no templo Puji e la achamos o restaurante, tinha acabado de abrir a portas. Por um preco extremamente barato (R$2,50) fizemos uma refeicao divinamente deliciosa e ainda nos ofereceram repeteco. Se em Xangai, um grupo de gringos ja eh a sensacao, imagine dentro de um restaurante budista, dentro de um templo, numa ilha afastada. Certo momento tinham uns 4 homens parados a dois palmos de distancia da gente simplesmente nos observando comer. Com uma cara que dizia: “sera que sao humanos?”. De barriga cheia fomos passear pelo templo que eh o meu favorito e que me emocionou bastante na primeira vez que fui (pois tambem era o primeiro templo que tinha entrado). Acendi uns incesos e agradeci pela minha estadia na china.
Queriamos tomar banho e voltamos ao hotel. Nos andamos bastante nesse dia e as 20:00 todos dormimos. Soh fui acordar as 7 da manha e fui caminhar pela praia enquanto os outros acordavam. Ate queria ver o sol nascer e pegar o café-da-manha no templo, mas nao deu, era de 5:30 as 7:00. As 9:00 comecou a chover e ficou assim o dia todinho. Ate tentamos trocar nosso bilhete de 17:00 pra um de 13:00 que era um barco menor e mais rapido, mas a mulher na bilheteria falava que nao tinha mais. Nenhum de nos acreditava e nao aceitava entender o “Mei You” (nao tem) da senhora ate que ela disse: “sold out!”. Pois eh, parece que todos decidiram sair da ilha mais cedo por causa da chuva.
Ja que fomos obrigados a ficar resolvemos conhecer um outro templo (Huiji) que fica no topo da montanha do outro lado da ilha. Tivemos que pegar um onibus e um bonde para subir a montanha. Montanha, trilha e templo com chuva foi legal.
Na volta, paramos na vila de Pescadores pra fazer nossa ultima refeicao e compramos umas frutas (carerrimas) pra levar pra viagem. Chegamos no barco e as meninas me fizeram carregar um caixa com umas 10 cervejas grandes enquanto estavamos perdidos procurando nosso dormitorio. Na volta nao estavamos soh, tinha um senhor chines que conhecia quase todos os portos do mundo pois trabalhou como tripulante de navios a vida toda, pelo que entendi. Resolvemos sair pra deixar ele dormir. Achamos um restaurante e ficamos la. Tinha um outro grupo de chineses super amigaveis e tambem bebendo. Nossa cerveja acabou junto com a deles e nao conseguimos comprar mais porque o bar ja tinha fechado. Pois esses chineses foram acordar a coitada da moca no quarto dela para comprar cerveja. A noite ainda rendeu bastante mas eu nao quis me prolongar, ia direto pro trabalho no outro dia. E assim acabou a viagem a Putuoshan.
De volta a Xangai. Porto, taxi, metro, troca de estacao, metro, pessoas, calor, ceu cinza, carros, buzina, construcao, suor, trabalho.
Chamei uns amigos e fomos em 5. A viagem consistia praticamente de pegar um barco na sexta apos o trabalho e chegar de barco na segunda de manha antes do trabalho. O primeiro imprevisto foi porque pensavamos que o barco era as 20hs e quando fomos embarcar falaram que ja tinha saido porque na verdade era as 19:20. Acabou que tambem existia um barco as 20hs e pudemos trocar os bilhetes. Ja na lanchonete do porto compramos varias cervejas. Por que nao? Uma viagem tao longa (12hs) e na ilha (budista) provavelmente nao iriamos beber.
Compramos a segunda pior classe e ficamos divididos em dois dormitorios, mas quando o barco partiu ocupamos um dormitorio soh entre a gente. As cervejas rapidamente acabaram e ficamos com vontade de explorar o barco, quem sabe achar um bar. Ele tinha uns 4 andares e no ultimo achamos um restaurante com 3 cervejas! O que pensando bem foi uma coisa boa, porque saimos embriagados perambulando pelo navio e agora penso como foi perigoso. Entramos na sala das maquinas, subimos no mastro e passamos por uma extremidade que nao tinha nenhum guarda-corpo, era soh voce e uns 15 metros de altura que separava do mar barrento. Resolvemos sentar com nossas perninhas pro lado de fora. Melhor do que fugir de Xangai e poder ver o horizonte eh nao poder ver porque esta muito escuro. Rapidamente cansamos e fomos dormir.
6:00 da manha uma moca comecou a anunciar que chegavamos. Putuoshan eh uma das quatro montanhas sagradas do budismo chines cheia de templos e monasterios o mais antigo data de 976!. Mas o que eu queria mesmo era tomar um banho de mar e um banho de sol. Rapidamente fizemos o check-in no hotel e estavamos preparados para sair e procurar comida. Como eu ja conhecia a ilha, servi de guia o tempo todo. Comecamos chinelando pelo centro da cidade onde tem uma grande templo, varios jardins, lagos, pontes e casinhas. O tempo nublado permitiu que andassemos bastante e passamos por toda a cidade em busca de um restaurante. Ja eram quase 11:00 e porque nao transformar o café-da-manha em almoco? Especialidade da ilha: frutos do mar. Escolhemos tres tipos de mariscos, beringela, vagem e o basico arroz frito chines. Peixes eram muito caros. Quando estavamos tentando decidir o que fazer primeiro o sol abriu de uma forma impressionante e quente! Corremos para a praia! Para minha surpresa a agua nao estava tao gelada. Ficamos bastante tempo e quando sugeri mudarmos de praia uma das gringas tava totalmente queimada e nao aguentava mais, sugeri que tirassemos um intervalo e fossemos a algum templo. Eh verao e o sol se poe umas 19:30 entao tinhamos tempo. E eu tambem ja estava queimado, acho que foi o Solisticio, exatamente sabado, 21 de junho.
Como eu ja conhecia o templo que fica na cidade sugeri que fomos a um outro, um pouco mais distante. Caminhamos uns 2 a 3 kilometros entre praias, montanhas, varias casinhas, edificios religiosos e hoteis de luxo que trazem os budistas mais ricos. Este outro templo (Fayu 1600s) tambem era muito bonito e estava cheio de chines acendendo incesos, oferecendo moeda aos budas. O calor, a humidade e fumaca dos incesos trazem algum sensacao que nao consigo descrever.
Quando deixamos o templo, me lembrei que existem restaurantes vegetarianos dentro dos templos que os proprios monges cozinham. Tentamos perguntar pra um senhora se esse templo tinha comida mas nosso reduzido chines nos deixou na mao dessa vez. Chegando no centro da cidade fomos no templo Puji e la achamos o restaurante, tinha acabado de abrir a portas. Por um preco extremamente barato (R$2,50) fizemos uma refeicao divinamente deliciosa e ainda nos ofereceram repeteco. Se em Xangai, um grupo de gringos ja eh a sensacao, imagine dentro de um restaurante budista, dentro de um templo, numa ilha afastada. Certo momento tinham uns 4 homens parados a dois palmos de distancia da gente simplesmente nos observando comer. Com uma cara que dizia: “sera que sao humanos?”. De barriga cheia fomos passear pelo templo que eh o meu favorito e que me emocionou bastante na primeira vez que fui (pois tambem era o primeiro templo que tinha entrado). Acendi uns incesos e agradeci pela minha estadia na china.
Queriamos tomar banho e voltamos ao hotel. Nos andamos bastante nesse dia e as 20:00 todos dormimos. Soh fui acordar as 7 da manha e fui caminhar pela praia enquanto os outros acordavam. Ate queria ver o sol nascer e pegar o café-da-manha no templo, mas nao deu, era de 5:30 as 7:00. As 9:00 comecou a chover e ficou assim o dia todinho. Ate tentamos trocar nosso bilhete de 17:00 pra um de 13:00 que era um barco menor e mais rapido, mas a mulher na bilheteria falava que nao tinha mais. Nenhum de nos acreditava e nao aceitava entender o “Mei You” (nao tem) da senhora ate que ela disse: “sold out!”. Pois eh, parece que todos decidiram sair da ilha mais cedo por causa da chuva.
Ja que fomos obrigados a ficar resolvemos conhecer um outro templo (Huiji) que fica no topo da montanha do outro lado da ilha. Tivemos que pegar um onibus e um bonde para subir a montanha. Montanha, trilha e templo com chuva foi legal.
Na volta, paramos na vila de Pescadores pra fazer nossa ultima refeicao e compramos umas frutas (carerrimas) pra levar pra viagem. Chegamos no barco e as meninas me fizeram carregar um caixa com umas 10 cervejas grandes enquanto estavamos perdidos procurando nosso dormitorio. Na volta nao estavamos soh, tinha um senhor chines que conhecia quase todos os portos do mundo pois trabalhou como tripulante de navios a vida toda, pelo que entendi. Resolvemos sair pra deixar ele dormir. Achamos um restaurante e ficamos la. Tinha um outro grupo de chineses super amigaveis e tambem bebendo. Nossa cerveja acabou junto com a deles e nao conseguimos comprar mais porque o bar ja tinha fechado. Pois esses chineses foram acordar a coitada da moca no quarto dela para comprar cerveja. A noite ainda rendeu bastante mas eu nao quis me prolongar, ia direto pro trabalho no outro dia. E assim acabou a viagem a Putuoshan.
De volta a Xangai. Porto, taxi, metro, troca de estacao, metro, pessoas, calor, ceu cinza, carros, buzina, construcao, suor, trabalho.
2008年6月10日星期二
Xi’an 西安
Mes passado conheci uma professora de ingles e nos demos muito bem, inclusive ela esta indo ensinar ingles no Chile semestre que vem. Ela adora meu sotaque e as coisas que eu falo. Ela tinha programado uma viagem para Xi’an sozinha e me convidou para ir com ela, passagem e hotel!!! Quis nem saber o que era Xi’an, aceitei logo. Ela soh pediu que eu faltasse um dia de trabalho, tudo bem soh fiquei doente uma vez em Xangai e nunca falto.
Xi’an eh terra dos Guerreiros de Terracota que datam mais de 2000 anos de existencia, ela fez soar como se fosse uma coisa que eu deveria saber mas nunca tinha ouvido falar. Acabou sendo a coisa mais sem graca que a gente fez enquanto em Xi’an. Mas todo o resto foi fantastico, eh uma cidade enorme e contemporanea mas com uma mega carga historica, com muralhas, torres, templos, pagodas e um quarteirao arabe que foi onde nosso albergue ficava. As pessoas parecem muito mais jovens e descoladas que em Xangai e se impressionam bem menos a nossa presenca. O transito eh tao intenso quanto mas as pessoas sao bem mais educadas e relaxadas e eles fazem fila, coisa que nao existe em Xangai.
Tiramos um dos dias para caminhar sobre a muralha, fizemos cerca de metade do percurso (dos 12km totais), alem dos edificios que compunham a muralha tambem foi lindo ver parte da cidade de cima. Passamos por uma area bem pobre com vista panoramica a toda vida publica e intima dos habitantes.
Tambem fomos na Torre do tambores e Torre dos sinos que sao marcos para a cidade e datam mais de 6 seculos de existencia. A torre dos sinos ficam no meio de um rotatoria que liga as maiores avenidas que passam por dentro da muralha. As vezes penso que um edificio perde valor quando sufocado pelas mazelas do mundo pos-industrial mas este nao se deixou abalar e se mantem imponente nas perspectivas dessas grandes avenidas contribuindo para a identidade da cidade.
E no ultimo dia, voltamos a explorar o quarteirao islamico pelas suas ruazinhas estreitas e superpovoadas com feiras, motocas, bicicletas, e chinesas vestidas de arabes. Ja haviamos passado por essas feirinhas algumas vezes e eu ja estava de olho em algumas coisas que queria comprar. Entre elas um colar. Comecei a minha busca interminavel pelo colar. Nao que nao tinha um que eu gostasse, tinham varios, mas eles sao muito trabalhados e feitos de materiais como osso de boi e algumas pedras que deixam eles muito caros, a carinha de gringo tambem nao ajuda. Teve essa barraquinha com uma chines vesga que eu adorei e tava decidido a comprar com ela. Ela tinha alguns legais mas nao pelo preco que ela pedia. E estava muito na duvida. Poise la falou pra gente seguir ela e atravessamos um corredor que dava num patio interno e em seguida sua casa de fato. No quartinho de baixo ela acendeu a luz e inacreditavelmente ela tinha muuuuuuitas outras coisas. Varios artefatos de metais, varios colares, varias caixinhas e garrafinhas feitos de diversos materiais. Tinham varios colares lindos, mas nem me atrevi a perguntar os precos deles. Entao achei um mais simples e perguntei quanto custava. Ela que nao eh besta meteu logo a faca: 890yuan (eu soh tinha 200 mas queria comprar varias coisas com isso). Como eu ja estou me acostumando com essas espertezas ofereci 20!! Ela disse Euro ou Dolar? Eu falei: gata, eu ganho yuan e nao sou europeu. Depois de muita discussao, levei 3 colares 80 yuan!!!! Eles realmente ficaram muito bonitos em mim, acho que foi por isso que ela cedeu. Nao pude comprar muita coisa, mas soh passar os olhos na feira foi uma experiencia fantastica. Comprei uns broches do tempo da propaganda do governo comunista. Queriamos acabar a viagem descansando num parque e fomos nesse chamado “Parque revolucionario”. Era como um parque qualquer cheio de brinquedos desbotados e enferrujados para criancas como aqueles parques que viajam pela pequenas cidades do nordeste brasileiro.
O lugar que mais gostamos foi sem duvida o quarteirao islamico. Pena que nao pude tirar muitas fotos porque eles nao gostam e falam mesmo: No!! No! No!! Teve uma outra vez que procuravamos os mercados noturnos e nos perdemos pelas vielas do quarteirao. Tal momento comecei a ficar preocupado pois estava muito deserto, para minha amiga estava apenas quieto e tranquilo. Sao apenas diferentes referencias de diferentes culturas. Ela tava adorando a caminhada pelas ruas desertas e mal iluminadas, chegou um hora que todas as residenciais tinham grades e eu comecei a ficar com medo, mas me controlei. Nada aconteceu, claro, eh a China, nao eh Brasil. Mas eu avisei para ela: “quando voce estiver na America Latina e ver um lugar desse, nao entre! Principalmente sozinha.”
A viagem foi toda bem ensolarada e voltei com um bronze. Vieram me perguntar se eu tinha faltado na sexta, eu disse: “sim, tava doente”.
Xi’an eh terra dos Guerreiros de Terracota que datam mais de 2000 anos de existencia, ela fez soar como se fosse uma coisa que eu deveria saber mas nunca tinha ouvido falar. Acabou sendo a coisa mais sem graca que a gente fez enquanto em Xi’an. Mas todo o resto foi fantastico, eh uma cidade enorme e contemporanea mas com uma mega carga historica, com muralhas, torres, templos, pagodas e um quarteirao arabe que foi onde nosso albergue ficava. As pessoas parecem muito mais jovens e descoladas que em Xangai e se impressionam bem menos a nossa presenca. O transito eh tao intenso quanto mas as pessoas sao bem mais educadas e relaxadas e eles fazem fila, coisa que nao existe em Xangai.
Tiramos um dos dias para caminhar sobre a muralha, fizemos cerca de metade do percurso (dos 12km totais), alem dos edificios que compunham a muralha tambem foi lindo ver parte da cidade de cima. Passamos por uma area bem pobre com vista panoramica a toda vida publica e intima dos habitantes.
Tambem fomos na Torre do tambores e Torre dos sinos que sao marcos para a cidade e datam mais de 6 seculos de existencia. A torre dos sinos ficam no meio de um rotatoria que liga as maiores avenidas que passam por dentro da muralha. As vezes penso que um edificio perde valor quando sufocado pelas mazelas do mundo pos-industrial mas este nao se deixou abalar e se mantem imponente nas perspectivas dessas grandes avenidas contribuindo para a identidade da cidade.
E no ultimo dia, voltamos a explorar o quarteirao islamico pelas suas ruazinhas estreitas e superpovoadas com feiras, motocas, bicicletas, e chinesas vestidas de arabes. Ja haviamos passado por essas feirinhas algumas vezes e eu ja estava de olho em algumas coisas que queria comprar. Entre elas um colar. Comecei a minha busca interminavel pelo colar. Nao que nao tinha um que eu gostasse, tinham varios, mas eles sao muito trabalhados e feitos de materiais como osso de boi e algumas pedras que deixam eles muito caros, a carinha de gringo tambem nao ajuda. Teve essa barraquinha com uma chines vesga que eu adorei e tava decidido a comprar com ela. Ela tinha alguns legais mas nao pelo preco que ela pedia. E estava muito na duvida. Poise la falou pra gente seguir ela e atravessamos um corredor que dava num patio interno e em seguida sua casa de fato. No quartinho de baixo ela acendeu a luz e inacreditavelmente ela tinha muuuuuuitas outras coisas. Varios artefatos de metais, varios colares, varias caixinhas e garrafinhas feitos de diversos materiais. Tinham varios colares lindos, mas nem me atrevi a perguntar os precos deles. Entao achei um mais simples e perguntei quanto custava. Ela que nao eh besta meteu logo a faca: 890yuan (eu soh tinha 200 mas queria comprar varias coisas com isso). Como eu ja estou me acostumando com essas espertezas ofereci 20!! Ela disse Euro ou Dolar? Eu falei: gata, eu ganho yuan e nao sou europeu. Depois de muita discussao, levei 3 colares 80 yuan!!!! Eles realmente ficaram muito bonitos em mim, acho que foi por isso que ela cedeu. Nao pude comprar muita coisa, mas soh passar os olhos na feira foi uma experiencia fantastica. Comprei uns broches do tempo da propaganda do governo comunista. Queriamos acabar a viagem descansando num parque e fomos nesse chamado “Parque revolucionario”. Era como um parque qualquer cheio de brinquedos desbotados e enferrujados para criancas como aqueles parques que viajam pela pequenas cidades do nordeste brasileiro.
O lugar que mais gostamos foi sem duvida o quarteirao islamico. Pena que nao pude tirar muitas fotos porque eles nao gostam e falam mesmo: No!! No! No!! Teve uma outra vez que procuravamos os mercados noturnos e nos perdemos pelas vielas do quarteirao. Tal momento comecei a ficar preocupado pois estava muito deserto, para minha amiga estava apenas quieto e tranquilo. Sao apenas diferentes referencias de diferentes culturas. Ela tava adorando a caminhada pelas ruas desertas e mal iluminadas, chegou um hora que todas as residenciais tinham grades e eu comecei a ficar com medo, mas me controlei. Nada aconteceu, claro, eh a China, nao eh Brasil. Mas eu avisei para ela: “quando voce estiver na America Latina e ver um lugar desse, nao entre! Principalmente sozinha.”
A viagem foi toda bem ensolarada e voltei com um bronze. Vieram me perguntar se eu tinha faltado na sexta, eu disse: “sim, tava doente”.
xangai de novo
Semana passada teve um feriado e viajei para Xian. De volta a Xangai (e nao mais surpreendido) minha rua tinha mudado COMPLETAMENTE! Depois de meses interditada com reformas do saneamento e algumas semanas pela demolicao de um edificio, ela finalmente reabriu. Para o fim do meu “sossego”. E dois conjuntos residenciais estao fechados esperando demolicao, incluindo a sopinha chinesa da esquina que por enquanto esta funcionando.
Para agravar a situacao, a enorme avenida que fica a uma quarteirao de casa foi interditada para obras e esta funcionando em apenas em um sentido. Com isso, o outro sentido foi dividido entre a minha rua e outra paralela.
Semana passada eu tinha que atravessar minha rua prestando atencao nas pocas de lama e pedras, agora tem semaforo, asfalto, onibus, carro, taxi, bicicleta, pessoas, ambulantes e guardinha de transito para ajudar tudo dar certo.
O meu onibus poderia ter sido redirecionado para perto de casa, mas foi laaaa pro outro lado. Agora tenho que usar o metro, acaba sendo mais rapido mas tenho que andar mais.
Eu ja estou craque no metro de Xangai, entro nos espacos mais minusculos mas hoje tava muito apertado, eu tinha dois kiwis que sairam parcialmente esmagados.
Para agravar a situacao, a enorme avenida que fica a uma quarteirao de casa foi interditada para obras e esta funcionando em apenas em um sentido. Com isso, o outro sentido foi dividido entre a minha rua e outra paralela.
Semana passada eu tinha que atravessar minha rua prestando atencao nas pocas de lama e pedras, agora tem semaforo, asfalto, onibus, carro, taxi, bicicleta, pessoas, ambulantes e guardinha de transito para ajudar tudo dar certo.
O meu onibus poderia ter sido redirecionado para perto de casa, mas foi laaaa pro outro lado. Agora tenho que usar o metro, acaba sendo mais rapido mas tenho que andar mais.
Eu ja estou craque no metro de Xangai, entro nos espacos mais minusculos mas hoje tava muito apertado, eu tinha dois kiwis que sairam parcialmente esmagados.
2008年6月2日星期一
wuxi
Semana passada, me avisaram que ia ter uma viagem do escritorio pra uma cidade proximo a Xangai e me convidaram para ir (tudo pago). Obvio que aceitei, ja que viajar eh minha prioridade numero 1 na china.
Dois onibus cheio de chineses e eu no meio. Embora o horario de saida estivesse marcado para as 15hs, eu cheguei la extremamente cansado da noite anterior (que nao teve nada demais) e estava pronto para dormir a viagem toda. Mas sentou esse cara perto de mim com quem eu nunca tinha conversado e ele comecou a perguntar algumas coisas sobre o Brasil, bla bla bla. Eu nao ia ser mal-educado e fui conversando, conversando ate que chegamos la. Umas 3 horas depois.
Depois de registrar no hotel, pegar chaves e deixar a mochila fomos jantar. No geral, nao gosto da comida chinesa (a nao ser algumas comidas bem especificas) e passei a noite comendo praticamente arroz. No jantar, tambem descobri que nao estavamos ali a toa. No dia seguinte iamos passar o dia num “campo de treinamento”. Antes de terminar o jantar apareceram umas cervejas e esses chineses nem tinham acabado de comer e ja tavam virando os copos de cerveja: ganbei! ganbei! ganbei!! O resto da noite foi de karaoke e baralho.
No dia seguinte, acordamos cedo, café-da-manha e fomos a caminho do tal campo de treinamento. Eh uma atividade que empresas fazem para estimular a cooperacao e o trabalho em equipe. Entao chegamos nesse lugar que era uma area entre um morro cheio de arvores e uma enorme lagoa (que podiam me dizer que era o mar e eu ia acreditar). Varios dos exercicos me eram bem familiares, gracas a FeNEA, varios encontros de arquitetura, CoNEAs, CoREAs e o proprio Centro Academico da faculdade. Outros foram bem surpreendentes como colocar toda sua equipe em cima de um muro de 6 metros de altura ou construir um barco com 5 varas de bambu e fazer um percurso na lagoa. Embora estivesse nublado (gracas a Deus), no final da tarde eu estava exausto e tudo acabou com um enorme churrasco. Ou seja, mais uma alimentacao mal feita ja que eu nao ia me entupir de linguica e coca-cola. Nessa noite tambem apareceram varias cervejas e vinhos e em questoes de minutos (e varios ganbeis) estava todo mundo bebado. Comecei a ficar um pouco sentimental com a presenca de pessoas como meu chefe falando que era minha ultima festa, se eu tinha gostado do estagio, o pessoal com que eu divido o apartamento que foram minha familia aqui e tomaram conta de mim, os outros colegas do escritorio que levou tanto tempo pra se aproximar.
Acabamos a noite dancando ao redor de uma fogueira (de bambus!) e com varias brincadeirazinhas. Se fosse no Brasil eu tinha certeza que ia acabar em sacanagem. Tipo: “o time que juntar mais cintos ganha!”, “O time que juntar mais garotas ganha!”, “O time que juntar mais blusas ganha!”. Mas nada aconteceu e a noite acabou com uma homenagem as vitimas do terremoto (um dos principais arquitetos eh dakela regiao) cheia de velas, musiquinhas e coreografias no maior estilo televisao chinesa, sensacionalismo, nacionalismo, patriotismo e manipulacao de massa.
O dia seguinte foi livre e podiamos escolher entre visitar um templo ou Guerra de paintball, na verdade as armas nao eram de tinta, eram de laser. Obvio que fui ver o Buda, armas nao eh o meu forte. Num dos percursos da cidade, ja tinhamos avistado o tronco e a cabeca do buda entre duas montanhas. Isso mesmo, desse tamanho. Chegando la, mais inceso, mais eixos chineses, mais sol e uma escadaria enorme pra chegar no buda. Esse lugar que eu fui estava num limite nao-claro entre turismo e religiao. Com certeza nao era uma contrucao milenar, pois no meio do eixo, quase chegando aos templos tinham uma escultura de uma flor de lotus que em algums horas se abria e aparecia um buda bebe que acompanhado de uma orquestra de aguas girava 360 graus, no maior estilo Disney. Surpreendetemente nao tinham fogos de artificio.
Dois onibus cheio de chineses e eu no meio. Embora o horario de saida estivesse marcado para as 15hs, eu cheguei la extremamente cansado da noite anterior (que nao teve nada demais) e estava pronto para dormir a viagem toda. Mas sentou esse cara perto de mim com quem eu nunca tinha conversado e ele comecou a perguntar algumas coisas sobre o Brasil, bla bla bla. Eu nao ia ser mal-educado e fui conversando, conversando ate que chegamos la. Umas 3 horas depois.
Depois de registrar no hotel, pegar chaves e deixar a mochila fomos jantar. No geral, nao gosto da comida chinesa (a nao ser algumas comidas bem especificas) e passei a noite comendo praticamente arroz. No jantar, tambem descobri que nao estavamos ali a toa. No dia seguinte iamos passar o dia num “campo de treinamento”. Antes de terminar o jantar apareceram umas cervejas e esses chineses nem tinham acabado de comer e ja tavam virando os copos de cerveja: ganbei! ganbei! ganbei!! O resto da noite foi de karaoke e baralho.
No dia seguinte, acordamos cedo, café-da-manha e fomos a caminho do tal campo de treinamento. Eh uma atividade que empresas fazem para estimular a cooperacao e o trabalho em equipe. Entao chegamos nesse lugar que era uma area entre um morro cheio de arvores e uma enorme lagoa (que podiam me dizer que era o mar e eu ia acreditar). Varios dos exercicos me eram bem familiares, gracas a FeNEA, varios encontros de arquitetura, CoNEAs, CoREAs e o proprio Centro Academico da faculdade. Outros foram bem surpreendentes como colocar toda sua equipe em cima de um muro de 6 metros de altura ou construir um barco com 5 varas de bambu e fazer um percurso na lagoa. Embora estivesse nublado (gracas a Deus), no final da tarde eu estava exausto e tudo acabou com um enorme churrasco. Ou seja, mais uma alimentacao mal feita ja que eu nao ia me entupir de linguica e coca-cola. Nessa noite tambem apareceram varias cervejas e vinhos e em questoes de minutos (e varios ganbeis) estava todo mundo bebado. Comecei a ficar um pouco sentimental com a presenca de pessoas como meu chefe falando que era minha ultima festa, se eu tinha gostado do estagio, o pessoal com que eu divido o apartamento que foram minha familia aqui e tomaram conta de mim, os outros colegas do escritorio que levou tanto tempo pra se aproximar.
Acabamos a noite dancando ao redor de uma fogueira (de bambus!) e com varias brincadeirazinhas. Se fosse no Brasil eu tinha certeza que ia acabar em sacanagem. Tipo: “o time que juntar mais cintos ganha!”, “O time que juntar mais garotas ganha!”, “O time que juntar mais blusas ganha!”. Mas nada aconteceu e a noite acabou com uma homenagem as vitimas do terremoto (um dos principais arquitetos eh dakela regiao) cheia de velas, musiquinhas e coreografias no maior estilo televisao chinesa, sensacionalismo, nacionalismo, patriotismo e manipulacao de massa.
O dia seguinte foi livre e podiamos escolher entre visitar um templo ou Guerra de paintball, na verdade as armas nao eram de tinta, eram de laser. Obvio que fui ver o Buda, armas nao eh o meu forte. Num dos percursos da cidade, ja tinhamos avistado o tronco e a cabeca do buda entre duas montanhas. Isso mesmo, desse tamanho. Chegando la, mais inceso, mais eixos chineses, mais sol e uma escadaria enorme pra chegar no buda. Esse lugar que eu fui estava num limite nao-claro entre turismo e religiao. Com certeza nao era uma contrucao milenar, pois no meio do eixo, quase chegando aos templos tinham uma escultura de uma flor de lotus que em algums horas se abria e aparecia um buda bebe que acompanhado de uma orquestra de aguas girava 360 graus, no maior estilo Disney. Surpreendetemente nao tinham fogos de artificio.
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